segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

       ÀG.’. D.’. G.’.A.’.D.’.U.’.

Número três: o número da plenitude


            Neste trabalho de  quinta instrução do Ritual de Aprendiz, pretendo discorrer de forma breve, sobre o número três, trazendo-o a lume dentro de uma perspectiva esotérico-teológica e filosófica. Pretendo destacar alguns elementos importantes que constituem a essência desse número sagrado, evidenciando a relação que ele possui enquanto número de acepção esotérica, sua aplicação dentro do âmbito da teologia e também dentro da filosofia. Reconhecendo a profundidade e inesgotabilidade que tal assunto produziria, pretendo apenas tratar com o assunto de modo sintético, referencial e alusivo a fim de evitar um longo e complexo texto que venha abrir margem para discussões ad infinitum.
            Antes mais nada, convém questionar o tema acima, para melhor nos nortearmos sobre o que objetiva a posição a ser defendida nesse texto. Convém por conseguinte perguntar: por que o número três, seria o número da plenitude?
Ante de se responder essa pergunta, faz-se necessário atentar para o número dois.
            Como podemos observar, na página 232 do Ritual de Aprendiz, uma admoestação  à que o aprendiz evite estacionar seus pensamentos neste número, pois é um número terrível, revelador, o prospecto da desgraça ou do infortúnio. Foi considerado pelas tradições místicas da antiguidade como o número da divisão, da discórdia e da contradição; a essência do INIMIGO ou a revelação do mal.
            O número dois se constitui da dualidade, da oposição, dos contrários. Por esse motivo, fixar o pensamento no número dois é perigoso para quem está iniciando nos degraus da sabedoria, devido ao fato de que o numero dois, possui a característica de conduzir a mente humana ao pensamento binário, polarizado e maniqueísta. Tal modo de pensar é embaraçoso e leva o espírito humano  as zonas profundas da dúvida, do antagonismo e da contradição.
            Justamente por esse motivo, é que o número três, em sua teofania, nos aparece, trazendo calmaria e equilíbrio ao nosso espírito; plenitude. Mas de que modo a mística do número três nos proporciona esses benesses?
            A resposta a essa pergunta pode ser facilmente encontrada se compreendermos o número três como o número da completude, o número que liberta o espírito humano das amarras tentadoras do pensamento bidimensional. O pensamento bidimensional é aquele que leva o espirito humano a pensar a partir de dois polos; como o caso da oposição entre a tese antítese mas sem resolução.
            A falta de resolução que se dá no antagonismo gerado pelo numero dois, quem completa é o número três. Essa completude proporcionada pelo número três é quem dissipa as trevas da dúvida e engano. No número três temos a síntese, que é o resultado da correta aplicação da razão sobre as forças opostas representadas pelo pensamento dialético (  bem e mal, amor e ódio, luz e trevas, etc...), que é extremamente divisor. O número três é um número de natureza divina porque fala sobre a essência do homem, o atributo tríplice da divindade e sua relação com os homens.
            Quanto a natureza do homem, o número três revela a sua estrutura essencial: espírito, alma e corpo.
            Sobre a divindade, temos a manifestação tríplice de Deus, na pessoa do Pai ( e sua natureza paterna na relação com os homens), a pessoa do Filho ( e sua natureza fraterna na relação com o homens) e o Espírito ou Espirito Santo ( e sua natureza arcânico-divina na relação de misterium tremendum do ser de Deus para a mente dos homens).
            Ainda, no número três, temos a onipotência, a Onisciência e a Onipresença da divindade.
            Temos também os três mundos: Interior, exterior e o Divino. Quanto a questão da consciência, temos algo interessante: de acordo com o filósofo brasileiro Miguel Reale, a nossa mente interpreta e organiza o mundo a través de Três setores e não dois, como defendiam os empiristas e lógicos modernos.
            O primeiro setor é o formado pelos objetos naturais, pertencentes  as ciências da natureza ( como Filósofo Alemão Nicolai Hartmann por exemplo). O segundo  setor é o da lógica, da indagação ou da matemática e trata dos objetos ideais, cuja validade não depende de comprovação empírica e cujas ideias não estão no espaço e no tempo. Já o terceiro setor é o formado pelos objetos culturais, que é responsável por toda produção espiritual humana.
            Convém atentar pra um outro ponto  de extrema importância relacionado também ao número três, que encontra-se na página 237 do Ritual de Aprendiz, o qual denominarei, com a devida vênia, como caráter trino da ética humana. Trata-se dos atributos: amor ou sabedoria, vontade e inteligência.
            Para agir com perfeição, o homem necessita dessas três qualidades indissociáveis e indivisíveis.
            Ainda que o indivíduo tenha em sua alma, amor ou sabedoria e não tiver vontade ( vontade entendida aqui como potencia realizadora), suas ações jamais se efetivarão dosadas por esses sentimentos nobres. E ainda, no caso em que o indivíduo tivesse em sua alma o amor ou sabedoria  e a vontade, para potencializar tais predicados, e não tivesse inteligência, os atributos anteriores de nada serviriam, haja vista que a inteligência é quem gerencia a reta condução de todos estes afetos.
            Disto segue que, a alma que conquista a maturidade espiritual e o equilíbrio das ações, deve possuir em seu âmago a harmonia perfeita e o domínio racional desses sentimentos nobres.
            Afim de evitar estender-me, mencionarei  apenas duas relações ( dentre tantas outras existentes) do número três com a pessoa do Mestre de Jesus. Lembramos, de forma mística e esotérica, através da ressurreição de Jesus ao terceiro dia, que o número três é o número do novo nascimento, do ressurgimento- que se dá através da morte do homem profano, resultando em seguida, na ressurreição apoteótica do Iniciado nos Mistérios maçônicos.
             Quero também, referir-me a uma das frases mais famosas verbalizadas por Jesus, que possui uma relação bem interessante com o número três: a expressão: “ caminho, verdade e vida”.



            Estas três palavras foram ditas certa feita, pelo Sábio Jesus, no livro de São João capítulo 14 e versículo 3. Em certa ocasião ele teria dito: “ Eu sou o caminho, e a verdade e a vida(...)”.
A frase pode parecer simples, mas no entanto, trás consigo uma profundidade sem medida, pois refere-se a plenitude da busca do sentido da vida. Destas três palavras proferidas por Jesus podemos extrair três importantes lições intrínsecas a nossa existência.
            A primeira é que quando o Jesus Cristo aponta a si mesmo como “o caminho”, em outras palavras aprendemos que a busca pela verdade é uma busca interior e pessoal, subjetiva, fruto de reflexões e experiências vividas, única e exclusivamente por nós mesmos.
            A segunda lição é que, o homem quando se compreende enquanto caminho, se liberta da alienação e torna-se senhor de si mesmo chegando assim a sua verdade pessoal, sua iluminação.
              E por fim a terceira lição, diz respeito ao caráter prático da verdade e sua relação com a vida. Em outras palavras, faz-se necessário que a verdade seja uma verdade útil para a vida, que lhe traga benefícios e que por fim, esses benefícios rompam a esfera pessoal e subjetiva alcançando uma dimensão de universalidade, contribuindo para o bem da humanidade.
             Assim, com estes pequenos pontos abordados acima, podemos ter uma noção elementar da riqueza mística e a profundidade que o número três abarca, e o motivo pelo qual ele é o número da completude ou plenitude, é justamente o fato de revelar-se como o número da síntese, da resolução,  e harmonizador das três esferas que compõe o Todo da existência :  o mundo interior do homem, o mundo externo e o mundo transcendente; Divino.
É por conseguinte, do número três que o mundo criado é manifesto em sua tridimensionalidade e apresenta em sua essência material a composição tríplice, à saber: a matéria o espaço e o tempo. Sem matéria, espaço e tempo o mundo material não subsiste, pois são elementos intrínsecos e inseparáveis. Só há matéria onde há tempo e só a tempo onde há espaço e vice-versa. Da matéria também surge os três estados; à saber: o sólido, o liquido e o gasoso. Portanto, o número três é o número da completude porque é dele que o mundo criado e o homem são representado em sua natureza tríplice, em seu equilíbrio,  em sua plenitude material e espiritual.

Will Jackson Santos de Oliveira, Apr.’. M.’. Cad. 3.818 da
A.’.R.’.L.’.S.’.  Eliezer Sá Peixoto Nº29  Oriente de Rio Largo/Al., jurisdicionada a Mui e Respeitável Grande Loja do Estado de Alagoas - GLOMEAL)



Referências:  Ritual de Aprendiz, Rito Escocês Antigo e Aceito, 2012

Acessado em: 02/10/2016
Acessado em: 02/10/2016

Acessado em: 02/10/2016

ÀG.’. D.’. G.’.A.’.D.’.U.’.

As luzes do Evangelho da Civilização

             Nesta  quarta instrução de aprendiz maçom, relativo ao Ritual de Aprendiz ( do Rito Escocês Antigo e Aceito, de 1928) pretendo ponderar de forma breve, sobre o significado da expressão “  [...]luzes do evangelho da civilização[...]”, da página 218, de acordo com seu respectivo contexto, concernente ao legado espiritual que nós ocidentais, herdamos do Oriente. Para tanto, farei um paralelo desta expressão, com um trecho do livro do Evangelho de São Mateus, capítulo 24 e versículo 27, e, como pequeno adendo contextual de desfecho, acrescentarei também o versículo 29 do mesmo capítulo.
            Curiosamente ( e não à toa), vemos  de forma explicita, na página 218 da quarta instrução, em um pequeno trecho, que omite e passa facilmente ao olhar desatento, a tese a respeito da revelação das luzes do evangelho  da civilização Ocidental, e sua importância enquanto legado cultural e espiritual para nós os orientais. É sabido que o processo civilizatório do Ocidente, bebeu e ainda sacia-se de forma intensa nos límpidos mananciais desse arcabouço de conhecimentos milenares, produzidos pelos Orientais.
            Vemos o reflexo da cultura, da política, do Direito e da filosofia Oriental, presentes de forma inescusável quando da efetivação e desenvolvimento das grandes civilizações do Ocidente. O auge da sapiência espiritual e material dos ocidentais são ainda assimilados, difundidos e  representados de forma sólida através de nossas instituições nos dias de hoje. Por esse motivo, é que encontramos na quarta instrução, a justa tese, de que “[...]as Luzes do evangelho da civilização, vieram do Oriente”.
            No entanto, se atentarmos mais detidamente sobre uma menção em particular, de semelhante significado, proferida por Jesus, no livro do evangelho de São Mateus, no Capítulo 24 e no versículo 27, podemos adquirir uma maior compreensão do que poderia significar  estas as “luzes do evangelho da civilização” e qual a sua importância para nós, os ocidentais. Ele diz:
“ Porque assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do filho do homem”.
Na quarta instrução do Ritual de Aprendiz, na página 218, também encontramos algo bem semelhante; temos:  
“ Porque Assim como a Luz do Sol vem do Oriente para o Ocidente, as Luzes do Evangelho da civilização, vieram do Oriente, espalhando-se depois pelo Ocidente” (  Ritual de Aprendiz, Ed. 2012)
            As ideias que compõem ambas as citações são as mesmas, porém, na primeira citação, existe apenas dois elementos que parecem diferenciar uma citação da outra , mas que em sua essência, afirmam a mesma coisa. Em primeiro lugar, a primeira citação, usa a expressão ‘relâmpago’, ao invés de ‘luz do sol’, e  em segundo lugar, usa-se a expressão  ‘ vinda do filho do homem’ enquanto, no segundo caso, temos: “ espalhando-se depois pelo Ocidente”.
            Em todo caso, a ideia central bem como a essência dos enunciados são os mesmos, especialmente, quando esclarecido dois pontos cruciais: a etimologia da palavra Oriente e o significado esotérico de alguns termos presentes em ambos os enunciados. Ao destrincharmos os significados esotéricos de desses termos, logo em seguida, se tornará flagrante em ambos os enunciados, a evidente relação e identificação que eles possuem.
            Por uma questão obviamente cronológica, Jesus é quem primeiro aparece apresentando a ideia de que ‘as luzes do evangelho da civilização vem do Oriente’. A primeira diferença, é que ele usa a expressão “relâmpago”, ao invés de “Luzes”. Apesar da palavra relâmpago estar relacionada a um fenômeno da natureza, ela não é uma ideia dissociada da ideia expressa pela palavra Luz, pois, o relâmpago, para os antigos, era a representação de uma mensagem divina, era também considerado um arauto de Deus. Por este motivo, é que Jesus aplica essa expressão metaforicamente, para dizer, em outras palavras, que, as boas novas do evangelho da iluminação das mente, viriam do Oriente.
             Um elemento interessante, presente em ambos os enunciados, é o termo “Oriente”. Oriente é uma palavra originada do Latim, ORIENS, que significa, lugar do céu onde nasce o sol ou lugar onde o sol surge, aparece. Já a palavra Ocidente, que também é originária do Latim, occidens, significa por sua vez, lugar do céu onde o sol  cai ou se põe. Não apenas por uma questão meramente física e fenomênica, Jesus faz uso dessa linguagem metafórica para profetizar ou antecipar em forma de prelúdio poético, a importância do Oriente na formação cultural e na evolução espiritual dos ocidentais, mas por uma questão  extremamente didática, que o grande instrutor nos revela com antecedência o modo como nós os ocidentais, seríamos agraciados com todo o legado espiritual dos orientais e os adotaríamos como princípios éticos e morais de nosso cotidiano.
            É  imprescindível não esquecer, que Jesus, no final de sua fala, nos diz: “ assim será também a vinda do filho do homem”.  Esta ideia é complementar. A complementariedade dessa ideia, está relacionada ao contexto ao qual esta citação de Jesus está relacionada. Nessa ocasião, onde cristo faz referencia ao relâmpago anunciador da mensagem divina, ele está  relacionando-a ao “fim dos tempos”, e é por esse motivo ele compara o trajeto celeste do relâmpago mensageiro que sai do oriente e vai até ocidente, com a sua  própria vinda, retorno ou chegada. Como o significado do enunciado é metafórico, também, está claro no texto, que a vinda de Jesus, ou do “filho do homem”, como ele mesmo se denominava, se referindo a sua natureza humana, é simbólica. Em outras palavras, é sensato afirmar, que a sabedoria pregada por cristo, encantou o Ocidente e o marcou de forma muito profunda, corroborando assim,  de maneira incontestável, que a missão daquele jovem judeu de pouco mais de trinta anos, alcançou êxito, e por isso as ideias do filho do homem alcançou o Ocidente de maneira incontestável. 
            Ainda há outro ponto bastante interessante, que se coaduna também com o iminente advento do legado espiritual do Oriente à influenciar de sobremaneira o Ocidente. Através de uma observação mais atenta ao significado etimológico da palavra evangelho, do grego, EVANGELION, que significa boa notícia ou boa nova, podemos perceber que, a própria palavra já nos dá pistas riquíssimas sobre a real interpretação deste legado que receberíamos dos orientais. Deles, receberíamos portanto, de acordo com o que a própria etimologia da palavra nos mostra, a boa notícia de sua sabedoria, tão salutar ao desenvolvimento espiritual de nosso povo. A etimologia da palavra evangelho, também nos revela de que modo tal legado seria recebido pelos ocidentais: seria recebido como algo novo e agradável!
            Obviamente, que Jesus não somente se referia a si mesmo, quando afirmava que receberíamos todo riquíssimo legado do espiritual do Oriente, mas também, incluía os outros  Grandes Mestres e pensadores orientais que, assim como ele, revolucionaram o pensamento universal, tais quais: Buda, Zoroastro, Confúcio, Maomé e tantos outros pensadores que, durante os tempos, surgiram com a missão de manifestar ao mundo as luzes da verdade do G.’.A.’.D.’.U.’., com o fim de aperfeiçoar e guiar  a alma de todos os homens.
            Ainda no capitulo 24 do livro de São Mateus, no versículo 29, que é o desfecho do capítulo,  encontramos alguns elementos que definem a natureza peculiar desse legado espiritual oriundo do Oriente. Temos o seguinte:
“ Imediatamente após a tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu, e os poderes celestes serão abalados”.
Conforme foi explicitado acima, sabemos que as palavras proferidas por Jesus, com relação a manifestação das luzes do evangelho a humanidade, estavam atreladas a um período turbulento que haveria de viger na historia do mundo.  Por isso, ele nos adverte que “imediatamente após a tribulação daqueles dias” os astros não dariam a sua luz.
           Ora, a referencia aos astros; a saber: o sol, a lua e as estrelas, possuem um simbolismo profundo no que concerne ao acervo espiritual do Oriente, como também define qual a natureza de seu farol da virtude; as luzes do evangelho. Basta tão somente atentarmos para o significado dos astros citados, que segundo ele, haveriam de ser ofuscados naquele período turbulento da humanidade. Ele cita o sol, a lua e as estrelas.
            O sol e a lua na maçonaria, representa o equilíbrio e a justa harmonia do trabalho maçônico, que se dá do meio-dia à meia-noite. O Sol  e a Lua quarto-crescente apesar de parecem opostos são complementares, são símbolos do ponto de equilíbrio cósmico e espiritual do homem, que é afetado pelo Sol em seu Zênite, que impõe-se com imponência ao meio-dia, no exato momento em que nasce a Lua quarto crescente a qual se põe a meia noite em ponto. Tal fato, é corroborado pela astronomia! As estrelas, por sua vez, representavam para os antigos, a imortalidade e o conflito eterno entre as forças antagônicas luz e trevas; a luz representando a dimensão espiritual, e as trevas representando as coisas materiais.
            O escurecimento desses astros portanto, figuram um período em que a humanidade, marcadamente, estaria sujeita ao domínio da ignorância, da tirania, do desamor e da intolerância. Tudo o que é oposto a virtude. Apenas a partir do século final do século XVII e início do século XVIII( mais precisamente em 1717), surge oficialmente e com todo vigor, uma instituição augusta, guardiã dos segredos majestosos das Antigas escolas de Mistérios orientais: a maçonaria. Concomitantemente, ao surgimento da maçonaria especulativa, surge um enorme interesse nostálgico pelos valores  e sabedorias pertencentes as grandes civilizações do Oriente, interesse fomentado especialmente pelo movimento iluminista.
            O iluminismo europeu, tenta resgatar os valores morais e éticos, legado pela tradição medieval, privilegiando a razão como principal instrumento de progresso humano, e ademais, difundindo valores humanísticos fundamentais a união entre os homens, como: a tolerância.
            O movimento iluminista, originado na França, foi um marco na luta pela liberdade humana e responsável por nutrir e incentivar as conquistas mais importantes da história da humanidade e o avanço da ciência. O seu lema, nos é bastante conhecido: liberdade, igualdade e fraternidade.
            Vale ressaltar também, que a palavra ORIENTAÇÃO deriva do latim, ORIENS, a junção do radical da palavra, mais o sufixo “ação”.
Nesse sentido, pode-se dizer, que, algumas consequências tiramos do que foi dito acima:
1°  Que o Sol representando a Luz de Deus, o G.’.A.’.D.’.U.’.  nos vêm de modo veemente, com um alarde irresistível, como de um clarão de relâmpago, um visível arauto da vontade divina à iluminar nossos corações e mentes
2º que o Oriente nos presenteia com sua sabedoria milenar e seus mistérios sagrados, por ser ele, o símbolo da vontade de Deus e por ser ele também, aquele lugar especial do céu, onde o Sol se manifesta, onde ele aparece; significando portanto a  imperiosa vontade de Deus sobre nossas vidas
3º que nós, os ocidentais, recebemos do Oriente, a orientação devida, orientação esta, que constitui um tesouro espiritual de valor incomensurável, acumulado durante milênios pelos orientais e transmitidos de forma graciosa a  todos nós.
            Foi percebido e manifesto com antecedência, que o resgate da alma decaída do homem moderno foi protagonizado por intermédio das luzes do evangelho da civilização, preconizada pele espírito iluminado de Jesus. Desse modo, nos limitamos apenas a tentativa de aclarar o sentido mais amplo da expressão “luzes do evangelho da civilização”, a começar com o filósofo judeu, Jesus até a modernidade.
            Por esse motivo, houve um corte intencional e inevitável aqui no texto que ora apresentamos- com a intenção de não ser excessivo no conteúdo- e que no entanto, vale ressaltar, que, conforme pretendi apresentar, “as luzes do evangelho da civilização”, historicamente, atingiram o seu  ápice de manifestação fenomênica através do movimento Iluminista, responsável pela façanha de uma belíssima síntese dos pensamentos e sabedoria do antigos, eliminando o que havia de supersticioso não-racional e convertendo seus saberes sensatos em ciência pura e refinada, regida pelos ditames da razão.
              Do esforço empenhado pelo espírito inquieto das figuras ilustres que a cada dia aderiam ao ideal sincrético do Iluminismo, a humanidade têm avançado na conquista de sua maturidade cientifica, política, filosófica e artística, além de trilhar o caminho da consolidação da tolerância entre os homens de todos os povos e etnias; a fraternidade universal.
             O movimento iluminista apropriou-se do pensamento dos antigos podando-os e conferindo-lhes um caráter especulativo. O resultado dos ideais Iluministas vem se efetivar mais tarde, em importantes conquistas da humanidade, como: os valores ecológicos, os direitos humanos  universais, a efetivação do Estado Laico, a expansão e fortalecimento dos ideais democráticos, a queda do dogmatismo religioso e a valorização da liberdade individual e do pensamento.
             Concluo este texto, com uma frase famosa dita por um famoso filósofo iluminista francês chamado Voltaire: “ Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las”.






Referências:


<< http://origemdapala  vra.com.br/site/palavras/evangelho/>>   Acessado em: 19/09/2016

<< https://pensador.uol.com.br/voltaire_concordo/>>   Acessado em: 20/09/2016
ÀG.’. D.’. G.’.A.’.D.’.U.’.

Reflexões sobre salário dos aprendizes e companheiros

     Neste trabalho de primeira instrução de Companheiro maçom, abordarei de forma breve e sucinta sobre a natureza mística e significado dos salários dos Aprendizes e Companheiros maçom, tomando por base a página 59, do Ritual de Companheiro.
     Logo no inicio da primeira instrução de Companheiro Maçom, na página 59, encontramos uma descrição dos salários dos Aprendizes e Companheiros maçons que trabalharam na construção do templo de Salomão, temos:
“ [...] foi empregado um número imenso de MM.’. na construção do T.’.. Eram, na sua maior parte, AApr.’. e CComp.’.. Os AApr.’. recebiam, semanalmente, uma ração de trigo, vinho e azeite; os CComp.’. eram pagos seu salário em dinheiro, que recebiam na Câmara do Meio do Templo. “
    A primeira vista, parece ser uma mera descrição sem nenhuma conotação relevante, no entanto, se analisarmos mais detida e ponderadamente tal descrição, encontraremos uma riqueza de significados; significados estes relacionados a mística maçônica e a natureza espiritual do salário dos Aprendizes e Companheiros maçons.
    Do ponto de vista meramente material, salário é por definição, a paga pelo trabalho e labor dos trabalhador empregado na execução dos serviços. Até ai tudo bem, mas trazida pra o âmbito espiritual, a aplicação da palavra salário já adquire outro significação além do meramente trivial. O salário em seu significado místico está relacionado a aquisição de valores  e virtudes espirituais conquistados através de uma vida introspectiva, ascética, espiritualista.
Conforme podemos observar, na página 59, do Ritual de companheiro maçom, em consonância com a descrição do recebimento de salário, temos duas categorias distintas de maçons operários: os Aprendizes e os Companheiros.  A primeira categoria, os Aprendizes, recebiam como salário a ração de trigo, o vinho e o azeite, enquanto que os Companheiros recebiam o salário em dinheiro.
    Ao analisarmos de modo mais pertinente a paga do salario de ambas as categorias de maçons, torna-se conveniente perguntar-se por qual motivo um grupo ( os Aprendizes ) recebiam alimento enquanto o outro grupo ( os Companheiros ) recebiam em dinheiro.
Na antiguidade, o trigo era considerado dádiva dos deuses, ele era uma das principais fontes de alimento dos primeiros povos que habitaram a terra, as primeiras comunidades nômades que viveram as margens do rio Tigre e Eufrates, atual porção da Turquia asiática. O trigo era também sinal de prosperidade e possuía um grande valor vital a tal ponto que, a comunidade ou clã que possuísse mais trigo em estoque seria também a que mais cresceriam e poder. O trigo passou, com o tempo, a assumir o status de riqueza espiritual de um povo, legado dos deuses.
O vinho, talvez a bebida mais antiga que a humanidade tenham conhecido, foi bastante consumido pelos povos antigos, era também um alimento, e considerado um estimulante à vida. Basta dizer que para os Judeus e gregos o vinho era símbolo da alegria. Esotericamente, foi adotado pelos antigos como um elemento de interação com o divino, o qual o deus Grego Dionísio é seu principal representante.

    O azeite, foi bastante utilizado pelos povos antigos e possuía diversas aplicações. As principais utilizações do azeite eram:  consumido como alimento, como combustível e remédio.         Mas também, o azeite era considerado para os antigos, um elemento sagrado. Os sacerdotes dos templos eram ungidos com azeite entre os Hebreus. Também na cerimonias de unção de reis e na orações por pessoas debilitadas, onde o óleo era passado na testa, região do lóbulo frontal.
    De acordo com a explanação acima, da natureza do salário do Aprendiz, já podemos ter uma visão mais ampla da riqueza q significado que tal salário representa para os passos do Aprendiz maçom; pois através destes elementos, o aprendiz aprende a lidar com o sagrado, com aquilo que lhe alimenta material e espiritualmente, lhe fortalecendo em sua caminhada enquanto aprendiz, e lhe preparando para suportar os revezes da vida, tornando prospero, forte e fecundo através das benesses do trigo, tornando-se mais pleno e feliz, mais próximo do divino, estimulado pelo néctar dos deuses, o vinho e por fim separado para uma missão especial, pela unção do azeite, pela consagração do elemento que serve com combustível à chama da verdade em sua senda maçônica.
    É importante constar aqui, ao menos à título de informação que, nas Escrituras, encontramos, no antigo Testamento, mais especificamente em Gênesis 41:1-55, a historia do Hebreu José, que engrandeceu o Egito Antigo, ao preveni-lo da escassez de alimentos que assolaria todo mundo antigo, aconselhando ao Faraó que estocasse bastante trigo nos celeiros do Egito, representando de forma mística, a necessidade de preservarmos as riquezas vitais para não desfalecermos na vida espiritual e material.
Nas Sagradas Escrituras, encontramos ainda, no livro Evangelho de São João, no capítulo 2:1-12, vemos Jesus, em seu primeiro milagre, transformando agua em vinho, em um casamento, em Caná da Galileia, representando de modo simbólico, que a prioridade do reino de Deus é a alegria de todo homem e a comunhão das famílias humanas.
Ainda no Livro da Lei, encontramos no livro de Mateus, capítulo 25:1-13, a parábola das dez virgens, que se utilizavam de azeite pra mantes suas lâmpadas acesas à espera do Noivo na escuridão, representando a vigilância constante para a manutenção da luz espiritual dos homens.

     Por fim, resta-nos perscrutar sobre a natureza do salário do Companheiro maçom, sabermos por qual motivo o Companheiro maçom recebe seu salário em dinheiro. O motivo está estreitamente relacionado à paga do Aprendiz maçom, o aprendiz recebe as dádivas da terra, os elementos vitais que o fortalece e o levam ao divino, mas o Companheiro, por ter ascendido espiritualmente, por ter adquirido sua liberdade espiritual e dado mais um passo em direção ao seu deus-interior, recebe seu salário em dinheiro porque e o dinheiro é símbolo do mundo material, da liberdade e ampliação do poder de compra. O Companheiro após ter adquirido segurança e maturidade espiritual, agora trabalha sobre a pedra polida ou cúbica, e seu desafio é exercer suas liberdade, ser regressão, sem ceder as paixões mundanas, mesmo tendo o poder do dinheiro, ele faz bom uso dele.
    Eis a diferença que existe entre os salário do Aprendiz e do Companheiro maçom, tudo está relacionado à questão espiritual e aos seus respectivos estágios ou patamares espirituais. Em suma, o salário do maçom é o símbolo da dignidade na caminhada maçônica, bem como representa entre outras coisas, a relação entre emanação e transcendência humanas na sua escala evolutiva, seu caminho de desprendimento da matéria em direção ao cultivo do espírito!
    Concluo o presente texto, com uma das mais briosas citações do rei Salomão, sobre a evolução espiritual do homem, escrita no livro de Provérbios, no capítulo 4 e versículo 18:
 “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito”




Will Jackson Santos de Oliveira, Apr.’. M.’. Cad. 3.818 da
A.’.R.’.L.’.S.’.  Eliezer Sá Peixoto Nº29  Oriente de Rio Largo/Al., jurisdicionada a Mui e Respeitável Grande Loja do Estado de Alagoas - GLOMEAL)


Referencias:

Ritual de Companheiro – Rito Escocês Antigo e Aceito, 2012. p.59. Acessado em: 24/02/2017
 www.bibliaonline.com.br  (Gênesis 41:1-55)  Acessado em: 24/02/2017
www.bibliaonline.com.br  ( Provérbios 4:18 )  Acessado em: 24/02/2017
www.bibliaonline.com.br  ( São João, 2:1-12 )  Acessado em: 24/02/2017

www.bibliaonline.com.br  (São Mateus 25:1-13)  Acessado em: 24/02/2017

                                                   ÀG.’. D.’. G.’.A.’.D.’.U.’.


Nietzsche:

Sobre a verdade e a mentira no sentido extra-moral

             De espírito crítico e insaciável, o filosofo de Rockën ( na Alemanha), Friedrich W. Nietzsche ( 1844-1900), assume a tarefa de refletir sobre o conceito de verdade e seu fundamento; a natureza da linguagem, suas funções, seus limites e sua relação com a verdade e a mentira. É uma tarefa um tanto ousada, considerando-se que o filosofo alemão para tanto, terá ate mesmo de desafiar e por em xeque muito do que foi posto pela filosófica ate então, abordando este tema de maneira inovadora e original. Nietzsche inicia sua investigação questionando o estatuto da verdade, a fim de que a verdade, ao se auto questionar, possa assim revelar alguma não-verdade, manifestando por meio deste viés, algo intrigante a respeito de si mesma.
             Para Nietzsche, a filosofia desde os primórdios, não escapou do equivoco de acreditar que a forma fundamental do pensamento correspondesse com exatidão, as palavras que são expressas, e portanto, teria se interessado mais pela dimensão apofântica da linguagem, ou seja, os enunciados verbais passíveis de serem falsos ou verdadeiros, e isto, em virtude de descreverem corretamente ou não o mundo.
             Porem, no que tange natureza da verdade de tais enunciados, Nietzsche apresenta-nos a possibilidade de que, esta verdade dos enunciados, possa de fato, se tratar de uma espécie de engano necessário a sobrevivência do homem. Supondo que a verdade e a mentira possam estar na mesma condição, o filosofo alemão busca com isto, revelar o caráter dissimulador do intelecto humano, e a partir disto, tornar evidente,sua suspeita de que entre o ‘refletir’ e o ‘dizer’ não vigora nenhuma identidade estrutural.
             Neste opúsculo, Nietzsche se propõe a analisar de forma critica a fragilidade do intelecto humano, quando da construção e aprimoramento do conhecimento. Essa fragilidade segundo ele, ocorre devido ao fato de que a atividade intelectual estar sempre suscetível as influências das convenções forjadas pela coletividade, pela imposição do mais forte. Essa adesão do sujeito à sociedade segundo ele, contaminaria e automatizaria o intelecto, levando-o a optar por ‘noções aptas’ a garantir a sua sobrevivência, impelindo-o a “produzir falsificações”.
             A nossa atividade intelectual estaria comprometida e, por conseguinte submissa a modelos lingüísticos cristalizados, repleto de simplificações e abstrações arbitrarias, que acabam por não nos fazer perceber, o efeito dissimulador da linguagem. Com isso, o filosofo chama-nos a atenção, no que tange a questão da natureza das palavras. O que seriam as palavras para Nietzsche?:

” De antemão, um estimulo nervoso transposto em uma imagem! Primeira metáfora! A imagem por seu turno, remodelada num som! Segunda metáfora.”( NIETZCHE,2012,p.31)

             Quanto ao processo de formação da palavra, seria este de caráter duplo, abarcando a seguinte transposição: uma excitação nervosa convertida numa imagem mental; engendraria por sua vez, a transposição de tal imagem, num som articulado.
               Nietzsche, corrobora insistentemente sua tentativa de revelar a limitação e falibilidade das palavras, ao afirmar que, em virtude da palavra ter sido criada com vistas a exprimir uma sensação subjetiva, ela se restringe apenas “ as relações entre as coisas as quais nos referimos e a nos mesmos, e  portanto nunca se referem as coisas em si mesmas. Por isso, essa arrogância que adquirimos através dessa “consciência orgulhosa e enganadora”, se dissipa quanto constatamos que “[...] nada possuímos  senão metáforas  das coisas que não correspondem em absoluto, as essencialidades originais.”(NIETZCHE,2012,p.33)
 No trato constante com as palavras, o homem tende a querer encontrar correlatos para as palavras que veicula, e assim abrevia aquilo que se lhe apresenta, levado pelos sabores das circunstancias, que mais se enquadram em seus interesses. A verdade fica relegada ao segundo plano e o que prevalece neste caso é uma escolha motivada pelo interesse, que se vale da linguagem como recurso, devido ao seu caráter nivelador, que através da igualação do não-igual, atribui valor as coisas. Isto ocorre durante o processo de formação de conceito e linguagem.
              Com isto, Nietzsche quer chamar a atenção a outro aspecto da linguagem, no tocante as palavras e os conceitos que elas designam; através da relação do homem com o mundo, de acordo com seus interesses, suas necessidades, contingenciais e circunstancialidades, a linguagem adquire um caráter móvel e variável, que se estende no tempo e no espaço, subsidiando o potencial criador do homem por intermédio desses recursos que a linguagem proporciona, ou seja, aquilo que Nietzsche irá chamar de:

“[...]exercito móvel de metáforas , metonímias ,antropomorfismos, numa palavra, uma soma de relações humanas que foram realçadas poética e retoricamente.”( NIETZSHE,2012,p.36).

             No entender de Nietzsche, a verdade que as palavras podem nos fornecer seria fruto da engenhosidade humana, que se  utiliza das palavras para a construção de conceito e linguagem, e por isso, através das palavras, o homem apenas reencontraria aquilo que ele mesmo teria posto nelas. Daí a metáfora que Nietzsche se utiliza para exemplificar a natureza da verdade contida nas palavras: quando alguém esconde algo atrás do arbusto, volta a procura-lo lá onde o escondeu e além de tudo o encontra, não há muito do que se vangloriar nesse procurar e encontrar”.( NIETZSCHE,2012,p.39)
             Nietzsche por último, faz referencia a uma espécie de representação anterior a palavra articulada, que se manifestaria como uma espécie de metáfora intuitiva, e poderia ser definida como “uma ancestral remota e fugidia do próprio conceito”, como alternativa de superação da trama das ficções que o próprio homem criou para si; que o levaria a reencontrar assim, não mais a presença imediata das coisas em si mesmas, e sim aquilo que há de mais “inexplorado” na palavra.
              Desse modo, como clara imitação da compreensão do homem acerca da linguagem, a ‘metáfora intuitiva’ surge, senão como a mãe, pelo menos enquanto a mãe da mãe de toda representação conceitual. Em outras palavras, o filósofo alemão propõe a mediação do mito e da arte como forma de superar tais impasses e conduzir a vida de forma plena, viva e autêntica. Isto é, tornando-se senhor de si mesmo através do domínio da arte sobre a vida.
             Em suma, poderia se dizer que: para Nietzsche verdade e mentira não são polos tão opostos quanto parece, mas que podem ser a mesma coisa, o que vai diferenciar a mentira da verdade e vice-versa é a moral, ou o valor moral que as fundamentam, de acordo com a ocasião. Esses valores morais seriam valores criados a partir da visão da classe dominante, uma elite burguesa que institui valores e os impõem sobre os “mais fracos”, a sociedade gregária contemporânea. Para ser aceito no grupo social, o homem já nasce predisposto a adotar os valores que substanciam a verdade imposta “pelos mais fortes” sobre os mais fracos.
            Em Nietzsche, a essência da linguagem é na realidade um jogo da mente criativa do homem, que transpõem estimulo nervoso em conceito articulado por som, na tentativa de referir-se a alguma coisa no sentido de captar a sua essência, mas na verdade ele apenas atribui nome, restrito a um significado subjetivo, que atingi uma universalidade e se cristaliza na sociedade por meio da imposição. Por isso, o filosofo alemão tenta esclarecer que a verdade humana é uma quimera, uma ilusão, um meio que o homem encontrou pra garantir a própria sobrevivência dentro do âmbito da convenção social.
            Para Nietzsche, a arte e o meio mais próprio e autentico de expressar a essência das coisas, devido ao caráter originário da arte, que vai além da linguagem servil de natureza metafisica, transpondo os limites da gramatica através de imagens, sons, expressões corporais e emanações de estados de espirito inconceituáveis e indetermináveis através das palavras, porque são expressões da vida em seu caráter peculiar, em seu modo próprio, enquanto abertura de experiências singulares e tão ricas, que a palavra e conceito falham ao tentar mensurar, tão plenas que, dentro do campo da experiência humana no mundo, é possível dar-se dentro de uma única existência, infinitas formas de existência. Isto implica dizer que, homem enquanto obra de arte de si mesmo, é um ser reticente, que esta sempre aberto, sempre projetando-se para fora de si mesmo, e experimentando o mundo de modos infinitamente diversos, sempre há criar novas formas de existir em uma única e singular existencia.



Referencias:


               NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extra-Moral. (Org. e Trad. Fernando de Moraes Barros). São Paulo: Hedra, 2007.